Aécio Neves, quem o Sr. pensa que é? Com quem acha que está falando?

Como ousa trazer, senador, para o debate político nacional, sua moderação? De onde, dos confins das Gerais, vem a sua loucura de agir com equilíbrio em um ambiente desequilibrado? A sua inocência, senador, ao falar de propostas sérias, em meio ao caos político e social em que se encontra o Brasil, é assombrosa. Assustadora, eu diria. Sua sanidade deve estar comprometida, para lutar contra o PT apenas dizendo verdades, propondo mudanças sérias e atingíveis, em época de promessas messiânicas eleitoreiras. 

Quando vejo suas respostas em entrevistas recentes, sintonizadas com os anseios de grande parte da população, como: a redução da maioridade penal para casos específicos; a criação de um projeto nacional de segurança pública, para um país com índices de guerra civil; sua ênfase na defesa da meritocracia e eficiência de gestão, para economizar dinheiro do contribuinte; quando você fala em olhar para o futuro e parar de perder tempo debatendo os anos 90 (lá se vão 20 anos); quando diz, e demonstra, que rótulos como "esquerda", "direita", "progressista" e outros, estão ultrapassados, citando os lucros bilionários dos bancos no governo "esquerdista" Lula; quando admite que um criminoso precisa lutar muito, para ser preso no Brasil (se possuir bom advogado e recursos financeiros); quando fala em simplificação do arcaico sistema tributário brasileiro; quando cita a importância de alto investimento na malha ferroviária, em nosso país de dimensões continentais; quando ironiza a "privatizada" Petrobras atual, e afirma que irá reestatizá-la, assim como outras empresas públicas que estão nas mãos de senhores feudais; quando frisa a importância de uma reforma política, de cara, na largada do mandato, para ter poder de manobra para todas questões que o Brasil tanto precisa; quando ousa aprimorar o Bolsa Família, dizendo que nenhum pai gostaria de deixar somente um cartão de plástico como herança para seus filhos; quando, de forma aberta, e para espanto dos jornalistas presentes, afirma para "olharmos o tamanho do Brasil" diante do tamanho de Cuba, em referência ao critério firmado com o governo cubano para o "Mais Médicos" (onde médicos de lá recebem muito menos que os demais), deixando implícito que não seria cúmplice deste acordo criminoso, preconceituoso, feito por dois governos com ideologias atrasadas, contraditórias, anti-democráticas e danosas a seus respectivos países; quando cita a importância de todos ao seu redor, de sua equipe, afastando um olhar ególatra, tão visto em certos presidentes... ...Quando assim o faz, Aécio Neves, de peito aberto, sem ser controlado feito marionete, por marqueteiros ventríloquos, diante de um país sem acesso à mais básica educação, cultura, informação atual e histórica, subjugado por um partido de interesses escusos, que faz terrorismo psicológico com seus próprios cidadãos, o Sr. me causa enorme perplexidade. Eu não consigo entender como ousa levantar, dia após dia, a bandeira da Verdade, onde, há muito tempo, trêmula a bandeira da Mentira. E isto, em qualquer época, e em qualquer país, sempre será uma atitude louvável.

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