A copa em Cuiabá

A capital mato-grossense tornou-se exemplo de como não fazer: subestimou dificuldades previsíveis, como as desapropriações de imóveis, falta de mão de obra qualificada, má gestão e atrasos no repasse dos recursos federais e na conclusão dos projetos. “As condições financeiras apareceram e fomos audaciosos de abraçar tudo para não desperdiçar o que estava à disposição do poder público, como sede de Copa. Isso criou um grande volume de execução num tempo muito curto. Foi obra demais, excesso de trabalho. O Estado não estava preparado”, admite Maurício Guimarães. Parte da responsabilidade pela desorganização pode ser atribuída à escolha das sedes: a Fifa sugeriu de oito a dez, mas o Brasil queria ampliar para dezessete; terminou com doze. A pulverização fez o país erguer estádios milionários que dificilmente terão utilidade no futuro – Mato Grosso, por exemplo, não tem nenhum time na elite do futebol, tampouco um campeonato estadual atraente.