Cresci freqüentando esse bar, quando criança comprando doce junto com o Adriano Bittencourt que morava ao lado; na adolescência no fliperama, acho que a primeira máquina da cidade foi instalada ali; na juventude vendo os craques da sinuca jogando na mesa oficial (tbém umas das primeiras da cidade) e começando ou encerrando a noite nos fins de semana; já casado, era ponto diário, principalmente de manhã: um bauru (caprichado e no sistema antigo, no fogão, feito com carinho pela Dona Tereza), café, cigarro e o Gordo nos colocava a par dos acontecimentos ou contava uma de suas divertidas histórias. Acho que nunca vi o Gordo sem a dona Tereza, abriam e fechavam o bar juntos e iam embora no clássico comodoro marrom. Ultimamente, depois que fecharam o Bar Vera, passava ali na vila rica e sempre via os dois sentadinhos ali, um ao lado do outro, vez ou outra parava (deveria ter parado mais). Agora o Gordo se vai, subiu para o oriente eterno...até que a morte os separe..., fica a Dona Tereza nesse plano, junto com os filhos e netos, porém, com certeza, o Gordo a espera no outro plano, pacientemente, com o guardanapo branco no ombro, quem sabe um cigarro carlton entre os dedos (vicio que abandonara há tempo), sentado atrás do balcão, vez ou outra dedos no bigode...assim é a vida, a morte é apenas o começo. Conforto a toda família, ao Nagaia e ao Alcir, mais próximos em um passado não tão distante, e a Dona Tereza...bem o que posso falar além de que o Gordo foi com o dever cumprido? Isso, foi com o dever mais que cumprido, deixando lembranças doces em todos nós que o conhecemos. Meus sentimentos.
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