Evangelica trabalha como camareira em motel

Eu nunca havia ido a um motel. Foi aqui que conheci o que é isso. Sou evangélica, mas não me sinto culpada pelo meu trabalho. Os colegas da minha igreja sabem e acham engraçado. O pastor diz que o importante é trabalhar direito, sem prejudicar ninguém. Casal evangélico também frequenta motel. Aqui vêm muitos casais de mais idade. Acho que é para comemorar datas especiais. Funcionário não pode frequentar a casa. Até tenho vontade de ir a um motel fora do horário de trabalho. Mas só depois de casar. Sou rápida na limpeza: aos finais de semana tem fila de espera, e a mesma suíte pode ser alugada até três vezes por noite. Levo 12 minutos nas menores e 17 nas maiores. Quando entro, está aquela bagunça. O quarto está abafado e a cama quente. Tem casal que é limpinho. Outros deixam resquícios em cima do criado-mudo, atrás do colchão. Já encontrei preservativo até no teto e na TV de plasma. Preservativo usado é o mais leve que encontro. Mulheres, em geral, esquecem lingerie e bijuterias. Já deixaram aliança e até passagens aéreas. Homem deixa tênis, relógio, mas é mais difícil. Um casal gay deixou uma pochete cheia de vibradores. Quando avisaram na recepção, eles não quiseram levar. Pediram para jogar fora. Acho que ficaram envergonhados. Tudo que é esquecido aqui fica arquivado por seis meses. Às vezes, a suíte já está ocupada, e os hóspedes pedem coisas como roupa de cama extra, toalhas, roupão. Daí, quando tenho de entrar no quarto com gente, evito ficar encarando. Não quero constranger ninguém nem me sentir constrangida. Geralmente, as pessoas estão vestidas, mas já aconteceu de entrar e vê-las nuas. Uma vez, confundi o número da suíte e entrei no quarto bem na hora H. O casal nem ligou. Fiquei constrangida, não consigo me acostumar. Já entrei enquanto o casal dormia, por engano. Quando acendi a luz e vi os dois, dei um grito, o homem também, saí correndo e bati a porta. Do corredor dá para escutar alguns sons. Tem mulher que gosta de fazer escândalo. Numa ocasião, a hóspede gritava tanto que o cozinheiro até perguntou se não era o caso de alguém ir lá interromper. Mas era só graça dela.

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