Filha encontra a mãe após 53 anos

Nesta terça-feira (11), uma busca de 53 anos chegou ao fim em um hospital de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Izabel da Silva Mota encontrou a mãe, que tem quase 100 anos de idade, internada no local. A busca de mais de cinco décadas foi encerrada com a ajuda dos funcionários que trabalham na unidade. A busca pela dona Enedina, mãe de Izabel, começou em agosto de 1961. 

Na ocasião, ela deixou a casa em que morava com a família, após uma briga e nunca mais foi vista. Izabel conta que o pai dela morreu com remorso por não ter encontrado a mulher. “Ele chorava, quando falava dela, que ele era um homem revoltado. E, de fato, ele levou para o túmulo, no coração dele, aquela revolta de nunca ter encontrado a minha mãe”, lembra. Na hora do reencontro, as lágrimas foram inevitáveis. 

Em 1980, Enedina deu entrada no hospital psiquiátrico. Os documentos não dizem quem a levou para ser internada, nem o motivo. Isso, contudo, não impediu que a equipe procurasse a família da idosa. “Fazer uma busca, um levantamento dessas informações dos pacientes e tentar cruzar com informações da internet. Em uma dessas situações, a gente encontrou a família de uma moradora aqui, que estava procurando por ela, que é a dona Enedina”, explica a enfermeira Denise Paulino. Além de Enedina, outros 18 pacientes moram no hospital, mantido pelo governo estadual. A maioria, segundo a administração, foi deixada por parentes, que nunca mais voltaram para busca-los. Os funcionários continuam se esforçando para tentar achar a família dessas pessoas. Enquanto isso, Enedina voltará a viver com a família. Para Izabel, o reencontro com a mãe lhe garantiu mais do que a paz. “Meu fim de ano vai ser muito feliz. Faltava a minha mãe e hoje ela está aqui do meu lado”, diz. A neta de Enedina, Eliete Mota do Nascimento, completa. “Creio que o Senhor vai ainda prorrogar a idade dela por mais uns anos, para a gente curtir ela. Porque ela vai ser muito amada”, garante. A família voltou ainda nesta terça-feira a São Paulo, onde moram, levando a idosa para conhecer também os outros netos, bisnetos e tataranetos.