Em Campo Mourão, Médicos irão a júri por homicídio, lesão corporal gravíssima e estelionato

O juízo da 1ª Vara Federal de Campo Mourão decidiu que os réus Cláudio Baggio, Douglas Juliano Guimarães e Guimarães, Oscar Herbert Ponce de Leon Aylas e Odilon Andreoli Gonçalves (foto), serão julgados pelo Tribunal do Júri, pela prática, em tese, dos crimes de homicídio qualificado (por duas vezes, com exceção do último acusado), lesão corporal gravíssima resultante de deformidade permanente e estelionato contra o Sistema Único de Saúde. O Ministério Público Federal denunciou Cláudio por, no período de 2001 a 2003, ter exercido ilegalmente a profissão de médico no Hospital Regional de Roncador.

Ele realizava consultas e outros procedimentos, inclusive cirúrgicos, os quais eram pagos pelo SUS como se tivessem sido realizados pelos médicos Douglas (diretor clínico do hospital), Odilon (sócio-proprietário do hospital) e Oscar, os quais assinavam por aquele receituários e outros papéis. Odilon foi prefeito de Roncador. Em decorrência dessa fraude, Cláudio Baggio causou lesões em diversos pacientes (inclusive amputação de um dedo de uma paciente menor) e até mesmo a morte de dois bebês, devido a complicações após os partos que realizou. Considerando que os réus não responderam ao processo presos e inexistindo requisitos para a decretação de suas custódias cautelares, foi-lhes concedido o direito de recorrer em liberdade da sentença de pronúncia. A ação foi proposta em 2009 e comprovou que Baggio, estagiário em um curso de Medicina na Bolívia, foi contratado pelo então prefeito e atuou irregularmente na condição de médico formado no Hospital São Luiz. Baggio realizou diversos atendimentos no hospital, entre 2001 e 2003, sem supervisão, enquanto os médicos contratados realizavam atendimentos em clínicas particulares ou outros hospitais. De acordo com a denúncia do MPF, em 2003 Baggio provocou a morte de dois recém-nascidos devido a um erro de julgamento sobre a utilização da UTI neo-natal e da incubadora. Ele também é acusado de lesão corporal grave por ter amputado, desnecessariamente, o dedo de uma criança em 2002. Os médicos Guimarães, Gonçalves e Aylas assinavam as autorizações de internações hospitalares (AIHs) e permitiam que o estagiário utilizasse os carimbos com seus CRMs. (MaringáNews)

Nenhum comentário: